Gritar não ensina autoridade, mas revela imaturidade emocional

Recentemente, me deparei com um artigo provocativo e preocupante que tratava sobre os efeitos devastadores que o ato de gritar pode ter no desenvolvimento dos nossos filhos. Intitulado “O que acontece no cérebro do seu filho quando você grita com ele”, o texto apresenta uma análise profunda sobre os danos irreversíveis que essa prática pode causar, não apenas emocionalmente, mas também no nível neurológico das crianças.

Como mãe, e também como cristã, fui instigada a refletir sobre como nossas ações como pais estão intrinsecamente ligadas aos princípios que encontramos na Bíblia. Acredito firmemente que a autoridade não é conquistada através do grito, mas sim através do amor, respeito e firmeza.

A psicóloga Piedad Gonzáles Hurtado, citada no artigo, afirma que mesmo que nos desculpemos após perdermos a paciência e expressemos nosso amor, o dano causado pelo grito já está feito. Isso porque o ato de gritar desencadeia a liberação do cortisol, o hormônio do estresse, que está relacionado com a resposta de luta ou fuga. Em um contexto constante de gritos, o cérebro da criança é afetado negativamente, com o hipocampo, responsável pelas emoções e memória, diminuindo de tamanho, e o corpo caloso, que une os dois hemisférios cerebrais, recebendo menos fluxo sanguíneo, afetando o equilíbrio emocional e a capacidade cognitiva.

A Bíblia nos ensina, em Efésios 6:4, a criarmos nossos filhos “com disciplina e instrução que vêm do Senhor”. Isso não significa gritar descontroladamente, mas sim ensinar com amor e firmeza, buscando sempre a correção com base nos princípios de Jesus. A autoridade bíblica está fundamentada na sabedoria e no exemplo, não na imposição por meio do descontrole emocional.

A pesquisa mencionada, realizada pela Universidade de Michigan e de Pittsburgh, revela que crianças que são frequentemente expostas a gritos desenvolvem uma série de problemas comportamentais. Desde dificuldades de aprendizado até sintomas de depressão, os impactos são profundos e duradouros.

Enquanto mãe e cristã, reconheço que é nosso dever não apenas corrigir, mas também educar com sabedoria e amor. Devemos buscar alternativas que respeitem a dignidade de nossos filhos, mantendo a calma mesmo diante das situações mais desafiadoras.

Portanto, concluo que gritar não é sinal de autoridade, mas sim de imaturidade emocional. Como pais, devemos buscar constantemente crescer em nossa capacidade de educar com amor, firmeza e respeito, seguindo os ensinamentos preciosos da Bíblia.

Aqui estão algumas dicas que uma mãe pode seguir para evitar o hábito de gritar e educar seus filhos com amor, firmeza e respeito:

  1. Respire Fundo: Antes de reagir impulsivamente a uma situação desafiadora com seus filhos, tire alguns momentos para respirar fundo. Isso ajuda a acalmar as emoções e a ganhar clareza sobre como lidar com a situação.
  2. Estabeleça Expectativas Claras: Comunique de forma clara e consistente as expectativas e limites para seus filhos. Isso ajuda a evitar conflitos e confusões.
  3. Use a Lógica e a Razão: Ao invés de reagir com gritos, busque conversar com seus filhos de maneira lógica e racional. Explique o porquê de certas regras e consequências, ajudando-os a compreender as razões por trás das suas ações.
  4. Pratique a Escuta Ativa: Reserve tempo para ouvir seus filhos. Esteja presente e disponível para compreender seus sentimentos e perspectivas. Isso fortalece o vínculo emocional e promove uma comunicação saudável.
  5. Use Recompensas e Incentivos Positivos: Reconheça e recompense o bom comportamento dos seus filhos. Isso os incentiva a repetir as ações positivas.
  6. Estabeleça Rotinas: Rotinas previsíveis e estruturadas ajudam as crianças a se sentirem seguras e confortáveis. Elas sabem o que esperar e isso pode reduzir o estresse e as situações que levam ao grito.
  7. Promova o Tempo de Qualidade: Dedique momentos exclusivos para brincar, conversar e se conectar com seus filhos. Isso fortalece o relacionamento e cria laços de confiança.
  8. Busque Ajuda quando Necessário: Não hesite em buscar orientação de profissionais, como psicólogos ou terapeutas familiares, se estiver enfrentando dificuldades para lidar com situações específicas.
  9. Aprenda com os Erros: Reconheça que todos cometemos erros, e isso inclui os pais. Se você gritou em um momento de estresse, reconheça o erro, peça desculpas e busque maneiras de lidar com a situação de forma mais construtiva da próxima vez.
  10. Cuide de Si Mesma: Lembre-se de que você também é importante. Reserve tempo para cuidar de si mesma, descansar adequadamente, praticar atividades que te trazem prazer e recarregar as energias.

Lembre-se, a jornada da maternidade é cheia de desafios, mas também é uma oportunidade para crescer e aprender junto com seus filhos. Com paciência, amor e um compromisso firme, você pode criar um ambiente familiar harmonioso e saudável, onde todos possam prosperar.

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