É dia 26 de dezembro. A “Noite Feliz” passou.
Na sua casa, talvez o cenário seja este: papéis de presente amassados em um canto da sala, restos da ceia na geladeira, crianças brincando ruidosamente com os brinquedos novos (ou já entediadas com eles) e, para nós, pais, uma mistura de gratidão com um profundo cansaço físico e mental.
Há uma espécie de “ressaca emocional” que bate depois de tanta preparação. As luzes pisca-pisca começam a parecer menos mágicas e mais uma tarefa para guardar em janeiro. E surge a pergunta silenciosa: E agora? Tudo volta ao normal?
Se o Natal fosse apenas uma festa de aniversário, sim, tudo voltaria ao “normal” cinzento da rotina. Mas o Natal é a celebração de uma invasão. Uma invasão divina que mudou permanentemente a nossa realidade.
Hoje, convido você a fazer uma pausa, com sua xícara de café (talvez reaquecido no micro-ondas), e meditar na segunda metade do versículo mais famoso do Natal.
“E habitou entre nós” (João 1:14)
Nós amamos focar na manjedoura, no bebê fofinho. Mas a teologia de João nos leva além. Ele diz: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós”.
No original grego, a palavra para “habitou” é rica. Significa que Ele “armou Sua tenda” entre nós. Ele acampou no nosso quintal. Ele se mudou para a nossa vizinhança.
A Encarnação não foi uma visita de Estado. Jesus não desceu, fez um discurso, acenou da sacada e voltou para o céu. Ele veio para ficar. Ele mergulhou na bagunça da humanidade. Ele lidou com serragem na carpintaria, com discípulos teimosos, com fome, sono e cansaço.
Por que isso importa para uma mãe ou pai exausto no dia 26 de dezembro?
Porque isso significa que a santidade do Natal não se dissipou quando você apagou as velas do culto doméstico.
O Deus que escolheu nascer em um estábulo (provavelmente malcheiroso) não tem medo da bagunça da sua casa hoje. Ele não está presente apenas quando todos estão vestidos com roupas de festa e cantando hinos. Ele está presente quando você está perdendo a paciência porque ninguém guardou os sapatos, ou quando você está dobrando a décima máquina de roupa lavada da semana.
Encontrando o Sagrado no Comum
No Ninho Sagrado, acreditamos que o discipulado acontece na vida real. A grande armadilha pós-Natal é cairmos no dualismo: achar que o dia 25 foi “espiritual”, e que agora voltamos para o “secular”.
Para o cristão, não existe essa divisão. Se Cristo habitou entre nós, toda a terra é santa e toda a nossa rotina pode ser um ato de adoração.
- O milagre continua quando você pastoreia o coração do seu filho que não quis dividir o brinquedo novo.
- O milagre continua quando você serve as sobras da ceia com um coração grato pela provisão.
- O milagre continua quando você pede perdão ao seu cônjuge pelo estresse dos preparativos.
O menino de Belém cresceu. Ele é o Emanuel, Deus Conosco, na segunda-feira de manhã, no trânsito, na pilha de boletos e nas risadas na mesa do café.
Conclusão: Ele Permanece
Nas próximas semanas, vamos desmontar a árvore e guardar os enfeites nas caixas até o ano que vem. Mas não podemos “guardar Jesus na caixa”.
Que a verdade de João 1:14 ancore sua alma nestes últimos dias do ano. O Natal não foi um evento que acabou; foi o início de uma nova realidade. Ele veio. Ele habitou. E Ele prometeu: “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28:20).
Respire fundo. Olhe ao redor da sua casa bagunçada e abençoada, e sussurre: “Ele ainda está aqui”.







