Esses dias, viajando de férias com a família, vivi algo que me fez refletir profundamente sobre maternidade, limites e amor. Longe da nossa rotina, minha filha ficou mais agitada: primos, avós, casa cheia, horários bagunçados, tudo ao mesmo tempo. Entre a empolgação e o cansaço, a desobediência veio em pequenas doses — um “não” ignorado aqui, uma birra acolá, aquele comportamento típico de criança que está se divertindo, mas também esgotada.
E, como costuma acontecer nesses cenários, acabei precisando corrigi-la mais vezes do que o normal. Não brigar, mas chamar atenção, orientar, parar o que estava acontecendo e explicar de novo porque algumas coisas não podem ser feitas.
E aí veio o que dói em qualquer mãe: ela começou a preferir ficar com outras pessoas. Queria o pai. Queria a tia. Queria qualquer um que não fosse eu — justamente porque eu era a que mais estava pedindo limites naquele momento.
No meio disso tudo, observei algo interessante: mesmo preferindo o colo do pai ou da tia depois de eu ter precisado corrigir, bastou ela cair, se machucar ou sentir sono que imediatamente me procurou. Ela atravessou a sala cheia de gente para vir para os meus braços. Para ganhar um beijinho. Para receber aquele afago que só a mãe sabe dar.
Isso me lembrou uma verdade simples, porém profunda: a mãe que corrige também é a mãe que acolhe. A mãe que coloca limites também é a que transmite segurança. A mãe que parece “a mais chata” é, muitas vezes, a que a criança mais procura quando realmente precisa.
E isso não é coincidência — faz parte da maneira como fomos criadas por Deus para cuidar, proteger e formar nossos filhos.
A Ilusão de Ser Apenas a “Mãe Amiga”
Vivemos um tempo em que muitas mulheres foram convencidas de que o papel principal da mãe é ser amiga dos filhos. Conversar, brincar, estar perto — tudo isso faz parte, claro. Mas quando a amizade se torna prioridade acima da autoridade amorosa, algo importante se perde.
Algumas mães têm medo de colocar limites para não quebrar a “confiança” com a criança. Mas isso é uma interpretação equivocada.
Confiança não nasce de permissividade.
Confiança nasce de segurança.
E segurança nasce — em parte — da disciplina.
Uma criança que cresce sem limites não cresce livre; cresce insegura. Porque, no fundo, ela sente que ninguém está ali cuidando de verdade. Como se estivesse andando num lugar sem paredes, sem chão firme, sem proteção.
E quando olhamos para as Escrituras, vemos que Deus, ao se revelar como Pai, não separa amor de disciplina. Pelo contrário: Ele corrige justamente porque ama.
“O Senhor corrige a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.”
Provérbios 3:12
A lógica bíblica é clara: correção é cuidado.
É ausência de disciplina, não sua presença, que sinaliza desamor ou descuido.
O Peso (e o Privilégio) da Autoridade Materna
Mesmo quando o pai participa, e mesmo quando outros adultos ajudam na formação da criança, há algo particular no vínculo da mãe: uma mistura de afeto, firmeza e sensibilidade que torna sua autoridade singular.
E isso pode doer.
Dói ser a que precisa interromper a brincadeira para corrigir.
Dói ser a que diz “não” quando todos parecem dizer “sim”.
Dói ser a mãe que vê a criança correndo para o colo de outra pessoa depois de ser contrariada.
Mas esse papel não é acidental. É parte do cuidado que Deus colocou nas mãos da mulher ao confiar-lhe a maternidade. A disciplina não é uma falha; é uma expressão da entrega diária de uma mãe.
E o curioso é que, mesmo quando a criança prefere ficar com outro adulto em momentos de frustração, ela sabe instintivamente quem é a referência de cuidado. Por isso, quando caiu, minha filha veio para mim. Porque, apesar das correções, ela sabe que meu amor é seguro.
Ela sabe que, comigo, existe tanto limite quanto colo.
Disciplina: Um Ato de Amor, Não de Dureza
Disciplinar não é gritar, punir sem propósito ou agir movida pela raiva. A Bíblia nunca incentiva esse tipo de atitude. Pelo contrário, orienta paciência, mansidão e sabedoria.
“Pais, não provoquem seus filhos à ira, mas criem-nos na disciplina e instrução do Senhor.”
Efésios 6:4
A disciplina, segundo a sabedoria de Deus, é algo equilibrado: clara, firme, mas cheia de graça.
E, para nós mães, esse equilíbrio é diariamente testado. Há momentos em que precisamos parar, respirar fundo e pedir sabedoria do alto para corrigir com amor — não apenas com “razão”.
Disciplina bíblica não é sobre controlar comportamento.
É sobre formar o coração.
É sobre preparar para a vida.
É sobre ensinar autocontrole, respeito, responsabilidade e honestidade.
E tudo isso começa dentro de casa, nos gestos pequenos, nos “agora não”, nos “vamos conversar”, nos “eu sei que você está cansada, mas isso não te dá permissão para agir assim”.
Se Não For a Mãe, Quem Será?
Em um mundo que cada vez mais rejeita autoridade, responsabilidades e limites, nossos filhos serão moldados por alguma força — seja pela vida, pela escola, pelas amizades, pela cultura ou pelas consequências naturais das próprias escolhas.
E a verdade é que:
se nós não ensinarmos limites com amor, a vida ensinará de forma dura.
É muito mais seguro que uma criança aprenda agora, em casa, que nem tudo pode, que atitudes têm consequências, que existem regras, que existem princípios — do que descobrir isso no futuro através de dor, rejeição, frustrações profundas ou decisões precipitadas.
Deus nos deu a missão de formar, ensinar, corrigir e conduzir. Isso não é castigo para a mãe; é graça. É oportunidade. É responsabilidade sagrada.
Disciplina Não Exclui Acolhimento — E Acolhimento Não Cancela a Disciplina
Uma coisa que percebo, vivendo a maternidade no dia a dia, é que a criança não entende disciplina como rejeição. Quem interpreta assim, muitas vezes, somos nós. Nós é que sentimos a dor do “não quero ficar com você agora”.
Mas, para a criança, disciplina não diminui o amor.
Limites não quebram o vínculo.
Correção não diminui a confiança.
Tanto é que, quando ela precisa do carinho que mais importa, ela procura exatamente aquela que a corrige.
A criança entende intuitivamente que:
quem corrige também é quem cuida.
Quem diz “não” também é quem protege.
Quem chama atenção também é quem guarda.
E nós precisamos confiar nesse processo, mesmo quando dói.
Como Disciplinar com Amor no Dia a Dia
A disciplina amorosa e sábia envolve algumas práticas simples, mas poderosas:
1. Estabeleça limites claros
A criança precisa saber o que se espera dela. Inconsistência confunde.
2. Explique com calma
A correção deve formar entendimento, não apenas conter comportamento.
3. Mantenha firmeza
Amor não é ceder sempre; é sustentar aquilo que é certo.
4. Não discipline na raiva
A disciplina deve ser “da mãe”, não do momento.
5. Dê sempre a oportunidade de reparação
Ensinar a pedir perdão, arrumar o que fez, tentar de novo.
6. Ofereça colo depois
A correção termina, o amor continua. Esse é o ponto que marca a criança profundamente.
7. Ore por sabedoria
Maternidade exige mais do que força: exige direção. E só Deus pode oferecer isso.
A Segurança que Vem da Disciplina
No final das contas, a criança que vive com limites amorosos cresce sabendo que é cuidada. Cresce sabendo que existe alguém que vela por ela. Cresce entendendo que suas ações importam. Cresce com estrutura emocional.
E, o mais importante, cresce conhecendo o padrão divino de amor: firme, verdadeiro, paciente, compassivo.
Disciplina é graça.
Limites são proteção.
Autoridade é cuidado.
E quando precisamos ser “as mais chatas”, estamos, na verdade, assumindo o lugar que Deus nos deu — não como chefes, mas como guardiãs, como cuidadoras, como mulheres que amam o suficiente para ensinar.
Conclusão: A Mãe Que Disciplina É a Mãe Que Ama
Minha filha pode preferir o colo da tia na hora da birra. Pode buscar o pai quando quer distração. Mas quando dói, quando cai, quando cansa, quando o coração aperta, ela vem para mim. Porque o vínculo que Deus construiu entre mãe e filho é profundo, resistente e cheio de propósito.
E, ao final, sei que cada “não”, cada correção, cada conversa difícil e cada limite colocado com amor farão parte da construção de quem ela será.
E é isso que desejo:
que ela cresça sabendo que foi amada o suficiente para ser disciplinada.
Que teve segurança para aprender limites.
E que, mesmo quando eu precisei ser a “mais chata”, eu sempre fui também o lugar seguro dela.
Ser mãe é isso: acolher, corrigir, orientar, amar — e confiar que Deus está usando tudo isso para formar nossos filhos no caminho da sabedoria.
Aqui está o carrossel para Instagram (com textos curtos, diretos e adequados para cada slide) e, ao final, o resumo de 25 palavras.
📌 CARROSSEL PARA INSTAGRAM
Slide 1 — Capa
“O papel da mãe que precisa disciplinar —
mesmo sendo vista como a ‘mais chata’.”
Slide 2
Esses dias, viajando com a família, percebi minha filha mais agitada, fora da rotina, desobedecendo e buscando testar limites.
Slide 3
E aí, claro: eu precisei corrigir mais.
Dar limites.
Puxar de volta.
Conversar.
E isso fez ela querer ficar mais com o pai ou a tia.
Slide 4
Dói quando parece que ela prefere qualquer um, menos a mãe que corrige.
Mas acontece porque disciplinar exige presença constante, e isso às vezes frustra a criança.
Slide 5
Só que, curiosamente, quando ela caiu ou ficou com sono…
adivinha para quem ela correu?
Para mim.
Para o meu colo.
Para o meu cuidado.
Slide 6
Isso me lembrou algo importante:
a mãe que corrige é a mesma que acolhe.
A que diz “não” é a mesma que dá segurança.
Slide 7
Confiança não nasce da permissividade.
Confiança nasce da segurança.
E segurança é construída com disciplina amorosa.
Slide 8
A Bíblia mostra que amor e correção caminham juntos:
“O Senhor corrige a quem ama.” (Pv 3:12)
Disciplina não é rejeição — é cuidado.
Slide 9
Se nós não ensinarmos limites com amor agora,
a vida ensinará de forma dura depois.
E ninguém fará isso com o carinho que a mãe faz.
Slide 10
Limites + carinho = segurança emocional.
E é por isso que, mesmo eu sendo “a mais chata”,
ela sabe que o meu colo é seguro.
Slide 11
Disciplinar não é perder o vínculo.
Pelo contrário:
é formar o coração, ensinar sabedoria e construir confiança verdadeira.
Slide 12 — Encerramento
Ser mãe é amar tanto que não desiste de ensinar.
Mesmo quando dói.
Mesmo quando parece que somos as “chatas”.
Porque disciplina também é amor.
📌 RESUMO DE 25 PALAVRAS
Se quiser, posso também preparar legenda pronta, hashtags, arte sugerida para cada slide ou a versão em vídeo. Quer que eu faça?







