Introdução: Setembro Amarelo e nossos filhos
Estamos no mês de Setembro Amarelo, um período em que somos lembrados da importância de cuidar da saúde mental e prevenir o suicí.. . Porém, quero convidar você, pai e mãe cristão, a refletir sobre um aspecto ainda pouco falado: a depressão na infância.
Muitos pais acreditam que esse problema é distante das crianças, mas a verdade é que os pequenos também podem enfrentar dores emocionais profundas. E como cristãos, precisamos estar alertas e preparados para cuidar da vida que o Senhor nos confiou.
Depressão na infância: uma realidade que não podemos ignorar
A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 3% das crianças em idade escolar apresentam sintomas depressivos relevantes.
Entre os sinais mais comuns estão:
- Irritabilidade constante,
- Crises de choro sem explicação,
- Isolamento dos amigos e da família,
- Mudanças no sono e no apetite,
- Desinteresse por brincadeiras e estudos.
Esses sintomas, muitas vezes, são confundidos com “manha” ou “fase da idade”. Mas ignorar pode ser perigoso. A depressão é uma doença séria e precisa de atenção amorosa e integral.
O que a Bíblia diz sobre tristeza e sofrimento
A Palavra de Deus não esconde a realidade da dor. Vemos o salmista clamar:
“Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei” (Salmos 42:11).
O profeta Elias, em um momento de esgotamento, chegou a pedir a morte (1 Reis 19:4). Isso nos mostra que até servos fiéis de Deus podem enfrentar abatimento profundo.
Se até os grandes homens de fé experimentaram tamanha angústia, não devemos nos espantar quando nossos filhos também enfrentam dores emocionais. O consolo está em saber que Deus está perto dos que têm o coração quebrantado (Salmo 34:18).
Lições de grandes homens de Deus sobre depressão
Charles Spurgeon: um pregador abatido, mas sustentado por Cristo
Zack Eswine, em A Depressão de Spurgeon, mostra como o “príncipe dos pregadores” enfrentava episódios de melancolia. Spurgeon nunca negou a dor, mas sempre apontava para Cristo como fonte de consolo.
Richard Baxter: o cuidado da alma entristecida
Em O Fim da Ansiedade, Baxter fala sobre como a tristeza pode ferir a alma, mas destaca que a fé nos oferece meios de resistir. Para nossos filhos, isso significa que não devemos minimizar a dor deles, mas ensinar a levar cada angústia ao Senhor.
David Murray: esperança para quem sofre
No livro Crente Também Tem Depressão, Murray lembra que a depressão precisa ser tratada de forma integral – corpo, mente e espírito. A graça de Deus se manifesta também em médicos, psicólogos e irmãos na fé que nos ajudam a enfrentar o sofrimento.
Wilson Porte Jr.: a graça em meio à dor
Em Depressão e Graça, Porte reforça que Deus não abandona Seus filhos na angústia. Ele se manifesta em nossa fraqueza, mostrando que Sua graça é suficiente. Essa é a esperança que devemos transmitir às nossas crianças.
O papel dos pais cristãos no Setembro Amarelo
O Setembro Amarelo é mais do que uma campanha de conscientização; é um chamado para nós, pais, cuidarmos da saúde emocional de nossos filhos.
O que podemos fazer no dia a dia:
- Observar com atenção mudanças no comportamento dos pequenos.
- Criar um ambiente de diálogo seguro, onde eles possam expressar emoções sem medo.
- Orar com eles, ensinando que podem abrir o coração diante de Deus.
- Consolar com a Palavra, lembrando-os das promessas de Cristo.
- Buscar ajuda profissional sem vergonha, reconhecendo que a ciência é instrumento de Deus.
- Valorizar momentos de alegria em família, fortalecendo vínculos e segurança emocional.
A Igreja e a comunidade de fé também têm um papel
Nossos filhos não pertencem apenas a nós, mas ao Senhor e à comunidade da aliança. A Igreja deve ser um lugar de acolhimento, onde crianças e adolescentes encontrem apoio e segurança.
Professores de Escola Bíblica, líderes e pastores podem ser instrumentos de Deus para identificar sinais de sofrimento e apoiar famílias em momentos difíceis.
Setembro Amarelo: esperança que não se apaga
Pais amados, o Setembro Amarelo nos chama à responsabilidade e à esperança. A depressão infantil é real, mas não precisamos enfrentá-la sozinhos. Temos um Deus que é Pai amoroso, que caminha conosco no vale da sombra da morte e que prometeu nunca nos abandonar.
Ensine seu filho que, mesmo nos dias de tristeza, ele pode confiar em Jesus. Apresente a graça, mostre a beleza da oração e do cuidado comunitário. E, se necessário, não hesite em buscar ajuda profissional.
“Deixai vir a mim os pequeninos, não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus.” (Marcos 10:14).
No Setembro Amarelo, levantemos juntos a bandeira da vida, da esperança e do amor que temos em Cristo.
Com carinho e oração,
Eloã – uma mãe cristã